quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ja fui anjo


Em 12 de Fevereiro, eu morri.
Fui assassinada na verdade..., um punhal me atingiu o coração, de uma forma tão pungente que não consegui escapar...
De tão certeiro, levou consigo minha alma.
Um coração sangrando e uma alma esvaindo, um coração esvaindo e uma alma sangrando.
No dia que eu morri, fazia sol e nem parecia que as águas levavam o Verão.
Hoje, enquanto ouvia aquela canção, me veio a lembrança do dia da minha morte...
Sentada sob o ventilador, respiração descompassada, últimos suspiros do meu coração de alma perdida.
Desde então, todas as manhãs quando me olho no espelho vejo aquela ferida aberta no meu peito. Aprendi a disfarcá-la com sorrisos, colares de pérolas e flores.
Eu aprendi a fingir.
Quando chega a noite, e posso tirar tudo de mim, eu me olho no espelho enquanto escovo os dentes; acaricio a ferida, fecho os olhos e sem perceber me pego murmurando alguma besteira...
Acho que tentando esqueçer a sua causa, ou talvez nutrir a dor que ela insiste em me suplicar, nas esquinas escuras da minha mente atormentada pelo fim de Fevereiro.
No dia que lembrei da minha morte, eu estava sozinha em uma festa.
Me desliguei de todos e acariciei meu peito...
'Calma coração', onde não há vida não há razão pra tanta desilusão.
Então, neste momento em que senti a falta do meu coração; sentei, e de alguma maneira a dor, antiga conhecida, deu espaço para a melhor solidão que pude sentir.
Minha alma repousada,
Sossego.
No dia que fiz aniverário de morte eu lembrei de como eu me sentia quando ainda estava viva.
E depois de lembrar da morte,acho que vou me jogar da pedra mais alta e ver se dessa vez,meu anjo chega a tempo.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Não é mais segredo

Na sua cama em mais um dia de chuva,você vira para o lado e percebe que nada dura para sempre e isso é uma pena, pois aquele momento que era magico foi levado pelo vento e as horas passam, dias, semanas, meses, anos e querendo mudar essa história você volta a acreditar(que bobagem), pois sabemos o final dessa vez.... nada dura para sempre. A certeza da morte é a única matemática exata, fria, triste, mas é exata....você saber que não estará mais aqui ou que as pessoas que você ama vão te deixar é a pior dor para alguém que zela pelos sentimentos. Isolando dessas 2 verdades,você(ou eu) foge para um "Mundo" imaginário, patético, pois isso não vai fazer a dor sumir é como se você ficasse fora de casa por muito tempo esperando as coisas se acertarem sozinhas, mas quando você volta percebe que algo mudou e não foi as coisas e sim VOCÊ!
...eu ainda devo estar nesse "Mundo", porém a alguma força que ainda me prende nele....e que diz que pode sim durar, talvez não do mesmo jeito...mas pode acontecer...
Paro tudo e volto para cama e penso em como entender essa ausência, volta a necessidade de fuga, palavra estranha é essa tal de saudade, eu quero mata-la o mais rápido possível, mas pelo visto ela que vai me matar.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

You is not my super hero


Era seu primeiro dia de trabalho como enfermeira e a sua primeira obrigação era cuidar de 3 senhores cada um com seu respectivo leito: 5,6 e 7.O sr. do leito 7 se chama Lucas e era paraplégico,quando ela perguntou se podia ajudar,ele disse que precisava de uma coberta,pois quando a noite chegava ele era o único que não conseguia dormir por causa do frio. Ela foi buscar a coberta,mas não estava pronta. Depois de 8 horas no trabalho era 21:00 e ela precisava ir,quando estava no ponto de ónibus,lembrou que ia ter que aguentar o marido reclamando do horário que ela estava chegando,mas antes de pensar em outros problemas o seu ónibus chegou, ao se levantar ela lembrou que tinha esquecido a coberta de sr. Lucas e que ele ia passar mais uma noite sem dormir e com frio e mesmo muito cansada ela decidiu voltar.A sala que tinha guardada a coberta estava trancada e ela teve que arrombar,pegou a coberta e cobriu sr. Lucas pedindo desculpa pela demora. Ao voltar para casa sentiu um alivio no peito de "trabalho feito" e dormiu como um anjo. Em seu segundo dia de trabalho como enfermeira,ela foi chamada na directoria,as câmeras tinham gravado a sua ação depois de horas ela tentou se explicar mas nada adiantava e a enfermeira foi demitida.
Ela nunca mais viu o Sr. Lucas e hoje ela trabalha como caixa em um mercado.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Veja você

eu poderia ter dito várias coisas, mas as palavras fogem,elas sempre fogem...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

De uma ponta


Ainda não virei um mago e ainda não tenho uma bola de cristal para ter todas as respostas do Mundo.....
Não quero todas as respostas,mas existem algumas que sempre mexem com meu Psico....
Como o fato de coisas ruins acontecerem com pessoas boas,é e eu tenho presenciado muito isso e
desse principio vem meu questionamento:

Onde esta Deus nesse momento,enquanto crianças morrem em uma guerra que não é delas???

Onde esta o "Lei da Atração",quando uma pessoa pensa sempre positivo e uma doença a derruba??

São dois pontos que fazem as vezes minha fé balançar e dessa vez eu não tenho nem ideia de como quebrar meus questionamentos........ e fica o silêncio.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Seguir sem medo


"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Vá para aonde você quer ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos a chance de fazer aquilo que queremos.Tenha felicidade o bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança o bastante para fazê-la feliz.As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram.Para aqueles que se machucam. Para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por sua vida. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido."
(Clarisse Lispector)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Donos da rua

Caminhando pela rua, fui levar meu cachorro para passear e é quando encontro no meio da escuridão um homem com a postura encurvada, de barba grande e um saco nas costas(não pessoal, não era Papai Noel), olhei para os dois lados e só restava apenas nós naquela rua, foi quando ia me aproximar tomei um susto com a zoada dele remexendo no lixo, era um mendingo que rasgava os sacos, procurando latinhas para revender e comprar o pão para seus filhos ou então para comprar drogas. Resolvi partir e ir mais longe do que era de costume, percebi que meu cachorro estava feliz, desvendando a rua e "marcando o território"...... Senti um vento "quente" nos meus ombros e ouvia aquela voz grave de uma senhora me pedindo esmola, nunca tinha tido uma proximidade tão grande quanto aquela com um desconhecido na rua e seu hálito era totalmente desagradável, fiquei com medo de dizer que não tinha dinheiro e que ela se revoltasse comigo, mas de fato não tinha nada para lhe entregar, gaguejando e arrepiada, decide voltar pra casa, parecia mais um filme de terror e quando estava perto vi um garoto apenas de bermuda na esquina e meu 1º pensamento foi: "Ele vai me roubar!O que será que vai fazer comigo quando souber que eu não tenho dinheiro? será que ele tem uma arma?!", apressei meu passo (não corri), porém foi como estivesse em uma maratona. Ao chegar em casa ofegante repensei no ocorrido e indaguei tudo: "como posso estar com medo? só porque eles não tem casa, eles não devem ser consideradas perigosos.".
Queria muito começar o 1º post do ano falando coisas boas e dizendo minhas metas para 2009, mas seria como fechar os olhos para a realidade. Talvez meu pré-conceito deles foi realmente pré e depois fiquei pensando na indiferença que eles recebem todos os dias,no entanto (in)felizmente eles obtém uma coisa, são os Donos da rua...